Tóquio, Madri e Chicago. O que estas cidades têm em comum? Todas são metrópoles de primeiro mundo derrotadas pelo Rio de Janeiro na disputa pela sede dos jogos olímpicos de 2016.O anúncio oficial realizado na última sexta-feira (02/10) foi festejado como um título, não só por cariocas mas também por brasileiros de diferentes estados. A festa é justificável sim, afinal o Rio de Janeiro será a primeira cidade sulamericana a ser sede de uma Olimpíada. Mas é preciso refletir sobre alguns pontos.
O orçamento total para a realização do evento é de simplesmente 14 bilhões de dólares. Pense quantas melhorias poderiam ser feitas no país com toda essa quantia astronômica. E olha que esse investimento é pequeno perto daquilo que o Brasil gastará com a Copa do Mundo de 2014. Para apimentar ainda mais o assunto, vale ressaltar que o projeto para o Pan de 2007- também realizado na capital fluminense – previa gastos de 400 milhões, que acabaram no final saltando para 3,1 bilhões. Agora pense se ocorrer o mesmo com os projetos da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
Dois eventos de tamanha importância certamente trarão visibilidade e investimentos para o país. Além do mais, o dinheiro que será gasto trará uma série de melhorias importantes, afinal pontos críticos, como por exemplo transporte e segurança, precisarão ser muito melhorados para atender as exigências necessárias para a realização de ambas as atividades. Mas o meu medo é que se repitam as velhas histórias que nós já cansamos de ver: desvio de dinheiro, corrupção, além claro de ver os problemas (pobreza, fome, miséria) serem varridos para debaixo do tapete. Cabe a nós exercermos pressão, fiscalizar, reivindicar, lutar também para que tudo saia dentro de padrões minimamente aceitáveis.

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