
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2006, cerca de 2,6 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento básico e aproximadamente 1,1 bilhão de pessoas não possuem sequer acesso a água potável. Estima-se ainda que cerca de 6 mil crianças morram diariamente devido a doenças ligadas à água insalubre e a saneamento básico deficiente.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estabeleceram normas sugerindo o mínimo de 20 litros de água por dia para cada habitante. Porém, enquanto nos países mais pobres da África e do Oriente Médio os habitantes usam em média menos de 10 litros por dia, na Europa esse número chega a 300 litros, e nos Estados Unidos 575.
No Brasil o consumo médio é de 185 litros. Privilegiado no que diz respeito à quantidade de água, o país conta com cerca de 13% de toda a água doce disponível no planeta. Apesar disso, sua distribuição não é uniforme em todo o território nacional e, portanto, não há grandes motivos para se comemorar. Enquanto a Amazônia detém a maior bacia fluvial do mundo, as principais concentrações populacionais do país encontram-se distantes dos grandes rios brasileiros. Se não bastasse, 40% da água retirada no país é desperdiçada, segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA).
Além do desperdício, que em algumas cidades brasileiras chega a 80%, a poluição dos rios e a falta de saneamento básico agravam ainda mais o problema da escassez de água. Estima-se que 23% dos brasileiros – ou seja, cerca de 43 milhões de pessoas – não tenham coleta de esgoto e apenas 32% de todo o esgoto produzido no país receba tratamento, segundo dados do Ministério das Cidades. Partindo do pressuposto de que menos de 1% de toda a água do planeta é própria para o consumo do homem, o lançamento de resíduos em rios, córregos e mares acaba se tornando uma grande ameaça à saúde pública, por degradar as poucas fontes existentes do recurso.
De acordo com a ONU, se os atuais padrões de consumo se mantiverem até 2025, duas em cada três pessoas no mundo irão sofrer diretamente com a escassez de água. E então, vamos continuar agindo da mesma forma e ver o problema ficar cada vez maior? Espero que não!
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