segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sobre o fim da obrigatoriedade do diploma para jornalistas

O post desta semana não poderia falar sobre outro assunto que não o fim da obrigatoriedade do diploma para jornalistas. A decisão foi tomada na última quarta-feira (17/06) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e libera as empresas de comunicação para contratar profissionais de outras áreas ou mesmo pessoas sem qualquer formação superior.

O que me causou mais estranhamento (revolta, talvez) em toda essa história foi a justificativa para tal decisão. Segundo os ministros responsáveis, o diploma de jornalismo limita a liberdade de expressão, e se não bastasse, eles ainda tiveram a ousadia de fazer uma comparação entre jornalistas e cozinheiros, afirmando que em ambos os casos não é necessário que se tenha um diploma e sim que se faça bem o seu respectivo serviço.

Deixando as declarações estúpidas de lado, não penso que a decisão irá mudar muita coisa, primeiro pelo fato de que "aventureiros" no meio jornalístico (ex- jogadores, modelos, ex-BBB's, e etc) sempre existiram e acho que infelizmente sempre existirão, e segundo que certamente a grande maioria dos meios de comunicação continuarão apostando em profissionais que são formados na área, cabendo a esses se destacarem pela sua capacidade.

Ainda assim não posso deixar de demonstrar a minha insatisfação com essa mudança. Enquanto continuarmos valorizando a falta de estudo estaremos cada vez mais andando para trás. Acreditar, por exemplo, que qualquer um pode ser jornalista ou que qualquer garoto de 12 anos que saiba mexer no Corel Draw pode ser um publicitário é o mesmo que dizer: "Estudar pra quê?!".


“A decisão do Supremo significa um golpe muito grande na qualidade da informação jornalística, um golpe na valorização da nossa categoria no Brasil”

(Sergio Murillo de Andrade - Presidente da Fenaj)

“O jornalista deve ter uma formação básica que viabilize a atividade profissional que repercute na vida dos cidadãos em geral”
(Marco Aurélio Mello - Único ministro que votou a favor da obrigatoriedade do diploma)

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