segunda-feira, 9 de novembro de 2009
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
O lado ignorado do dia das crianças
12 de outubro = dia das crianças. Assim como sempre ocorre nesta época do ano, as matérias clichês estiveram presentes no nosso noticiário na última semana: pais comprando brinquedos em shoppings centers; dicas ressaltando a importância de se pesquisar bastante para não pagar mais caro pelos presentes; a queda ou o aumento nas vendas; comparadas ao ano anterior e etc.De forma alguma penso que a data deveria ser ignorada, porém acredito que outros pontos deveriam ser mais abordados. Um desses pontos, partindo do pressuposto que o jornalismo possui caráter informativo e social, é mostrar o outro lado da moeda: as crianças que infelizmente não têm as mesmas condições daquelas retratadas pelos telejornais.
Pra quem pensa que isso é exagero, estima-se que a fome, por exemplo, mate no mundo uma criança a cada 5 segundos. Fazendo-se as contas, são cerca de 5 milhões de crianças mortas anualmente em consequência da fome e da desnutrição, além das mais de 300 milhões de que passam fome em todo o planeta e a mídia não se preocupa com isso.
E então, o que vale mais: tentar sensibilizar as pessoas mostrando um problema que merece toda a nossa atenção, ou continuar apostando nas velhas matérias clichês, fingindo que está tudo bem e que todas as crianças têm condições iguais? É claro, fico com a primeira opção.
No mais, um feliz dia das crianças para TODAS as crianças do mundo!
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Copa no Brasil, Olimpíadas no Rio. O que dizer disso?
Tóquio, Madri e Chicago. O que estas cidades têm em comum? Todas são metrópoles de primeiro mundo derrotadas pelo Rio de Janeiro na disputa pela sede dos jogos olímpicos de 2016.O anúncio oficial realizado na última sexta-feira (02/10) foi festejado como um título, não só por cariocas mas também por brasileiros de diferentes estados. A festa é justificável sim, afinal o Rio de Janeiro será a primeira cidade sulamericana a ser sede de uma Olimpíada. Mas é preciso refletir sobre alguns pontos.
O orçamento total para a realização do evento é de simplesmente 14 bilhões de dólares. Pense quantas melhorias poderiam ser feitas no país com toda essa quantia astronômica. E olha que esse investimento é pequeno perto daquilo que o Brasil gastará com a Copa do Mundo de 2014. Para apimentar ainda mais o assunto, vale ressaltar que o projeto para o Pan de 2007- também realizado na capital fluminense – previa gastos de 400 milhões, que acabaram no final saltando para 3,1 bilhões. Agora pense se ocorrer o mesmo com os projetos da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
Dois eventos de tamanha importância certamente trarão visibilidade e investimentos para o país. Além do mais, o dinheiro que será gasto trará uma série de melhorias importantes, afinal pontos críticos, como por exemplo transporte e segurança, precisarão ser muito melhorados para atender as exigências necessárias para a realização de ambas as atividades. Mas o meu medo é que se repitam as velhas histórias que nós já cansamos de ver: desvio de dinheiro, corrupção, além claro de ver os problemas (pobreza, fome, miséria) serem varridos para debaixo do tapete. Cabe a nós exercermos pressão, fiscalizar, reivindicar, lutar também para que tudo saia dentro de padrões minimamente aceitáveis.
Escassez de água: realidade ignorada
Elemento fundamental para a existência da vida na Terra, a água é certamente o recurso natural mais importante de todo o planeta. Além de estar presente em ¾ do corpo humano, a água tem também profunda importância na produção de energia elétrica e no desenvolvimento de diversas atividades econômicas. Apesar de tamanha importância, o desperdício, além da poluição de rios e suas nascentes têm tornado o recurso cada vez mais escasso. E os números servem de alerta. De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2006, cerca de 2,6 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento básico e aproximadamente 1,1 bilhão de pessoas não possuem sequer acesso a água potável. Estima-se ainda que cerca de 6 mil crianças morram diariamente devido a doenças ligadas à água insalubre e a saneamento básico deficiente.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estabeleceram normas sugerindo o mínimo de 20 litros de água por dia para cada habitante. Porém, enquanto nos países mais pobres da África e do Oriente Médio os habitantes usam em média menos de 10 litros por dia, na Europa esse número chega a 300 litros, e nos Estados Unidos 575.
No Brasil o consumo médio é de 185 litros. Privilegiado no que diz respeito à quantidade de água, o país conta com cerca de 13% de toda a água doce disponível no planeta. Apesar disso, sua distribuição não é uniforme em todo o território nacional e, portanto, não há grandes motivos para se comemorar. Enquanto a Amazônia detém a maior bacia fluvial do mundo, as principais concentrações populacionais do país encontram-se distantes dos grandes rios brasileiros. Se não bastasse, 40% da água retirada no país é desperdiçada, segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA).
Além do desperdício, que em algumas cidades brasileiras chega a 80%, a poluição dos rios e a falta de saneamento básico agravam ainda mais o problema da escassez de água. Estima-se que 23% dos brasileiros – ou seja, cerca de 43 milhões de pessoas – não tenham coleta de esgoto e apenas 32% de todo o esgoto produzido no país receba tratamento, segundo dados do Ministério das Cidades. Partindo do pressuposto de que menos de 1% de toda a água do planeta é própria para o consumo do homem, o lançamento de resíduos em rios, córregos e mares acaba se tornando uma grande ameaça à saúde pública, por degradar as poucas fontes existentes do recurso.
De acordo com a ONU, se os atuais padrões de consumo se mantiverem até 2025, duas em cada três pessoas no mundo irão sofrer diretamente com a escassez de água. E então, vamos continuar agindo da mesma forma e ver o problema ficar cada vez maior? Espero que não!
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Tudo em nome da audiência
Na última semana a falta de luz que assolou a cidade de Belo Horizonte durante toda a tarde/noite de segunda-feira, além do fato de eu não estar nem um pouco inspirado para escrever, fizeram com que pela 1ª vez desde que o blog foi criado eu não postasse nenhum texto por aqui. Hoje a história se repetiria, mas decidi escrever sobre algo que tem me incomodado há algum tempo: O sensacionalismo feito pelo jornalismo atual.Estudante e apaixonado pela profissão que sou não posso concordar com a prática da atualidade. A busca incessante pela audiência, pelo furo jornalístico e pelo escândalo tem falado bem mais alto que a ética, e o objetivo fundamental que o jornalismo deveria ter - de informar, cada vez mais tem ficado de lado. Casos trágicos como os de Isabella Nardoni, Eloá Pimentel, João Hélio e o sequestro do ônibus 174 são constantemente explorados até o limite em que rendem audiência, depois são simplesmente esquecidos como se nem sequer tivessem acontecido.
E o pior de tudo é saber que isso só ocorre porque tem quem admire e dê audiência para isso. Lamentações a parte, eu sigo em frente com a esperança de poder informar, e não espetacularizar as notícias como temos visto.
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